08 novembro 2005
.:O dia seguinte:.

Acordei no quarto de hotel maravilhoso, um dos mais aconchegantes que já estive. Guilherme ainda dormia, eu sempre acordo antes das sete, enrolada no lençol me levantei, fiquei uns cinco minutos olhando ele dormir e sei que de tudo o que aconteceu na noite anterior acabara-se ali, naquele momento, ele parecia um bebê dormindo, minha realidade agora era outra, mas resolvi não pensar nisso.

Tomei um banho relaxante, um café reforçado e antes de sair deixei um recado no espelho, não queria vê-lo acordar seria difícil não sofrer. Saí e fui caminhar, penso em como as coisas mudam de repente e se a escolha que fiz foi a melhor. Oh céus como eu poderia estar pensando nisso! Claro que foi certo, o que eu estava sentindo agora era o peso da nova realidade... Não se pode apagar o que se sente por alguém de uma hora para outra, mas sei bem que posso fazer algo para aos poucos mudar isso, caminhei até a casa da Analú e peguei uma carona para o Cyber. Ela estava animada com uma nova proposta de investimento e teríamos uma reunião com todos os funcionários, seria importante a opnião deles, afinal são parte do negócio, eram no total cem funcionários.
Uma produtora brasileira de Games está tentando entrar no mercado, não é bem conhecida e acabaram de fazer um novo jogo de combate, querem lançar primeiro em São Paulo depois nacionalmente. Para o lançamento e divulgação do Game escolheram cerca de duzentas Lan Houses e entre elas está a do nosso Cyber, isso foi maravilhoso já que teremos uma verba para fazer uma organização para o campeonato entre as lans, a lan house que tiver o grupo vencedor terá o prêmio de cem mil reais e mais cinquenta computadores novos já com o game instalado e um contrato de parceria por um ano com divulgação do Game e da casa vencedora.

Entramos para o serviço, movimento habitual da manhã com alguns professores tomando café e lendo algo, alguns alunos fazendo pesquisa, eu tentava entrar em contato com o diretor do projeto para maiores informações de divulgação e incrição da nossa Lan.
Fui até a mesa qeu fica no andar de cima próximo ao balcão de revistas, não consigo trabalhar trancada em minha sala, preciso de movimentação em minha volta, assim penso melhor, eram quase dez horas, Analú havia saído para resolver uns assuntos, uma mulher aproximou-se.
- Com licença.- disse ela-
- Sim...- ao levantar os olhos da folha de papel para a pessoa que falava a surpresa foi grande.
- Olááá! Nossa quanto tempo!
Abracei-a fortemente. Era uma amiga que eu não via ha muito tempo, quatro ou cinco anos. Quando saí da loja e da casa de Sônia fui morar com Giovana e com Analú, que conheci na época em que ainda fazia cursinho para tentar a USP, Giovana ficou doente e saiu do emprego, por esse motivo foi para a casa dos pais dela que era aqui em Campinas, depois disso eu e Analú a visitamos por duas vezes, daí por diante a mãe dela disse que ela estava em depressão e não queria receber ninguém, Analú continuou morando comigo.
- Que bom te ver! Como você está e como foi tudo nesses anos?
Eu não parava de fazer perguntas ela ria e disse que estava bem e feliz, me contou sobre os problemas pelo qual passou, sobre o tratamento que fez no último ano eu ouvia tudo curiosa e feliz por vê-la novamente até ela dizer a seguinte frase:
- Pena eu te reencontrar por acaso e dessa forma.
- Como assim? Algum problema.
- Você não sabe? Eu sabia que ele não teria coragem de dizer...
Nesse momento entra Guilherme que ficou parado na porta surpreso, os dois se olharam, e então percebi do que se tratava, como não liguei tudo o que ela me contou ao que ele havia me dito, talvez a felicidade de revê-la não tivesse me deixado pensar, além do que ele não havia me dito o nome dela e mesmo que tenha dito eu não me lembraria de imediato, ...
- Quando o reencontrei e ele falou seu nome, eu sabia que era você, afinal seu nome não é tão comum.- ela falou tentando resumir as coisas.

Eu não respondi, perder Guilherme eu suportaria, mas aquilo era demais para mim e acredito seria para qualquer um. Levantei e pedi licença para os dois. Peguei o carro do Cyber e saí, parei dua quadras mais para a frente, as lágrima não me deixaram continuar dirigindo, liguei para Analú.
- Alô!
- Você sabia?- disse eu sem mais espera- Sabia?
- Do que você tá falando Danny?
- Dela você sabia quem era?
- Ah ela foi falar com você..
- Responde droga, sabia?- já gritando
- Eu, eu- gaguejou ela.
- Já respondeu o que eu precisava saber!
Desliguei. Ela sabia, sempre gaguejava quando me escondia algo. Será que ela fora pega de surpresa assim como eu? Mesmo assim deveria ter me contado, afinal ela sabia.
Não sei o que pensar, estou em frangalhos tudo o que preciso agora é não pensar, tinha uma reunião as três horas e precisava estar lá foi só nisso que me esforcei para me concentar. A vida estava me dando outro soco...

Blogado por Coisas De Mulher às 19:25