10 novembro 2005
.:Por via das dúvidas:.

Depois de me acalmar e perceber que remoer o que eu sentia não ia adiantar, voltei ao trabalho meia hora antes da reunião, claro que meu rosto estava inchado de tanto chorar coisa que a maquiagem não conseguiu disfarçar muito.
É incrível como nos enganamos conosco mesmo, eu que sempre achei estar pronta para aceitar o que aconteceu me pego em pleno desespero da perda, estava ali agora diante de um acontecimento que me tirou dos trilhos, de quem era a culpa? Aí é que está a questão, ninguém tem culpa e procurar uma razão para isso tudo seria como andar em circulo no mesmo lugar. Giovana conheceu ele muito antes de mim, provávelmente depois de ter vindo embora para Campinas, eles tiveram uma estória juntos, eu cheguei bem depois, mas tinha que ser ela? Tudo parece uma grande cilada da vida, mas ando me acostumando com esses trejeitos que aparecem em meu caminho, acredito que não deveria me acostumar.
Mas foi assim minha vida toda, não estou relamando, apenas juntando as coincidências de acontecimentos anteriores, os pontos críticos em que sempre aparece uma solução que dissolve meus planos e tudo volta a correr rumo ao mar depois de um tempo. Dessa vez foram três meses de mudanças radicais, das quais agora espero apenas uma trégua.

A reunião com os funcionários foi ótima, o representante do criadora do Game gostou do projeto apresentado e a inscrição foi aceita com sucesso, serão 100 dias de disputas, até janeiro serão formadas as equipes e feita as seleções para os jogos através de combate direto de equipes. Cada equipe representará uma Casa, depois da reunião eu Guilerme e Analú trocamos idéias sobre como fazer a divulgação e inscrição das equipes que participarão das eliminatórias, eu estava tão distraída que foi preciso Analú me chamar a atenção duas vezes para ao assunto e foi nessa segunda vez que anunciei minha demissão, foi uma discussão só...

- Ah não Danny! Você não vai nos deixar assim não é? -Analú protestou.
- Lú não dá para eu ficar aqui...
- Ela levou pro lado pessoal- Guilherme falou com um tom meio alterado- O que foi, não consegue separar as coisas?
- Não é nada disso eu só preciso...
- Vai! Foge! Faz isso! É o que sempre faz não é?

Eu ia partir para a estupidez, mas antes disso Analú deu um grito, grito esse que pode ser ouvido do lado de fora a ponto de um dos funcionários ir pedir para que baixássemos o tom da discussão.

- Gui do que você tá falando? Pirou cara? Ela está triste com tudo e...
Fiz um gesto para que Analú não dissesse mais nada, afinal minha carteira ainda não tinha sido registrada, coisa que ia acontecer nessa semana, apenas pedi ela de volta e sai, ele ficou lá como quem tivesse algo intalado na garaganta só olhando enquanto Analú me acompanhava, ela me levou até a rodoviária, sempre me perguntado o que eu faria, se já tinha algum lugar pra ficar, porque eu não ficava na casa da tia dela só por um tempo até me estabelecer, a resposta era óbvia. A verdade é que eu pretendia ligar para um amigo e esperava poder contar com ele até me arrumar, mas sei que ele nunca está em casa e nunca ouve as mensagem da caixa postal, o jeito era ir para lá direto e só depois ver o que seria. A viagem começou e eu me despedi da Analú prometendo dar notícias, mas por enquanto a distância seria o melhor remédio.

Blogado por Coisas De Mulher às 15:52