16 novembro 2005
.:Uma crise.. Do quê, é que eu não sei:.

Bem a segunda-feira foi preguiçosa e um verdadeiro fiasco, eu acordei tarde se é que oito horas é tarde, para quem estava acostumada a acordar às seis todos os dias é sim, acordei com o sol na minha cara e com o ronco do Benites, ele mora em quatro cômodos uma salinha de bliblioteca, na verdade só tem livros de pesquisa e código penal, uma ampla janela e uma mesinha, mais no canto um rack com uma tv e um video por onde ele vê e reve fitas gravadas por circuitos internos, um quarto, sala e cozinha, acontece que a sala fica antes do quarto dele e de lá se ouve o ronco dele de tão alto, as cortinas dele são claras e finas o que faz com qeu a luz do sol penetre sem problemas, ele ainda dormia, pega no trabalho às dez.

Eu saí e fui ver algumas imobiliárias procurar uma casa próximo de onde era a outra antes, por causa do bairro sossegado. Enquanto eu caminhava de um lado para o outro atravessando uma passarela que fica em uma praça aborizada vi um casal sentado em um dos bancos, trocando presentes e não só isso, trocavam também carinho e amor muito amor, parei e fiquei observando, de repente me percebo chorando.
Mas que bobagem! falei para mim mesma voltei para casa elá fiquei o resto do dia, imaginando quando apareceria aquele alguém que tanto espero. É incrivel como em um momento desses a gente passa um por um dos que fizeram parte de nossa estória, relembrando tudo e tentando descobrir onde estão as pequenas pedras que deram fim no que antes parecia ser para sempre.

Crise, foi essa a palavra que veio em minha mente. Crise do que?.
Ontem feriado, recebi uma notícia que para mim não foi agradável, acredito que na verdade não fez diferença, o curso de reavaliação para assistente de detetive está o olho da cara, seis meses sai por muito mais do que eu imaginava, além disso tem um novo sistema, precisa passar em uma prova que é paga, para poder se obter um certificado, como os dos médicos e dos vendedores de imobiliárias e também não é barato.
O Benites retornou a noite com a notícia que não foi aprovada a vaga que eu esperava, haviam mudado o chefe do distrito e ele concedeu a vaga para outra pessoa.
Recebi o telefonema de uma pessoa que retornava um ligação sobre a possível venda de um apartamento, condomínio pequeno de dois prédios que fica na rua onde eu morava antes, apartamento conservado, preço bom, área de serviço grande.

Não falei muito, mas vou fechar o negócio, pois o prazo para eu retirar minhas coisas que estão embaladas na transportadora está acabando só mais quinze dias depois disso tenho que pagar mais e isso é o que não quero. Saí e caminhei pela rua, passei na frente de minha antiga casa, percebi o quanto me apego às lembranças e impressões das coisas, pessoas e momentos que tive, olhando para casa me lembrei do Cris, sim aquele que foi meu primeiro amor do qual abri mão para vir para São Paulo, aquele que ao perceber que meu sonho era maior e incontrolável me ajudou a ir atrás dele...Porque lembrei dele?
Por uma vez ele ter vindo para cá numa das visitas de fim de ano, ter se declarado e dito que eu era a mulher da vida dele e que aquela era a nossa última chance, eu ri e o chamei de bobo, sempre falávamos isso, tínhamos um romance colorido daqueles em que se fica junto quando dá vontade e quando passa volta a ser amizade, ele esntristeceu-se, virou-se e se foi, depois que ele se foi, pensei que poderia ter sido sério.

Quando se está só é que a ficha cai, ele vai noivar, isso me sôa tão estranho. "Mesmo longe sempre seremos um do outro." Me disse ele no dia em que eu fui embora... Sempre senti isso, hoje tento entender porque ele disse isso.
Porque?
Crise do que? Carência? Talvez... No mais, gostaria de estar falando com ele agora.

Blogado por Coisas De Mulher às 17:37