28 outubro 2005
.:Pulga atrás da orelha continuação.:.

Para os apressados de plantão eis a continuação, para quem não leu vide post anterior.

Olhei-o nos olhos e comecei a chorar, ele sem enteder, começou a secar minhas lágrimas com as costas das mão e perguntar o que havia acontecido.
Eu tirei a foto da carteira e joguei na mesa:
- É isso Guilherme! Isso! Como você pôde fazer isso comigo.
Ele meio pegou a foto e começou a rir, eu nervosa dei um empurrão nele, e comecei a falar sem parar, ele tentou me abraçar mas eu empurrei-o novamente, tentava me acalmar mas via a foto e chorava.
- É minha prima Dan, minha prima!
- Sua prima? Você está no maior beijo com ela que conversa fiada é essa? Prima coisa nenhuma.
- Beijo?! Que beijo? Isso é um selinho, ela sempre se despede assim! Essa foto foi no aniversário dela e eu peguei pra mim, tem mais duas iguais lá na casa da minha mãe pode confirmar.
- Confirmar o que? Que você é um galinha!
Eu faço isso, não ouço quando estou desesperada, ele continuou falando, me mostrou novamente a foto, eu olhei e realmente era um selinho, mas era um beijo.
Nisso chega Analú que me vê aos prantos e Guilherme mepedindo calma.
- O que houve? Vim da padaria e Regina me disse que viu você chorando e caso de traição, foto do Guilherme, não entendi nada.
- Graças a Deus Analú você chegou, fala pra ela quem é esta mulher da foto, conta quem bateu esta foto e o que acontece todos os anos...
- O que? Então é isso?
Analú começou a rir, eu já secando as lágrimas, olhei pra ela que disse que era sua prima Cláudia e que ela sempre tirava fotos assim era mania dela, como um ritual, em seu aniversário ela tira foto com seus amigos preferidos dando um selinho.
Os dois riam, eu ainda desconfiada, parei de chorar, fui lavar o rosto ainda com um certo ar de raiva e um pouco de vergonha. Ela me empurrou emcima de Guilherme.
- Deixa de ser besta Danny, se meu irmão fizer isso com você eu te ajudo a capar ele e exibir como troféu o que ele perdeu!
Não houve como não rir da coreografia que ela fazia ao mesmo tempo que falava, ele me beijou, eu retribui meia boca, ele fez cara de bobo eu ri novamente.
Tomamos café juntos e em seguida saímos todos atrasados para o trabalho, apesar de tudo foi dificil tirar a pulga que ficou atrás da orelha o dia todo, até que voltamos ao assunto na casa da mãe dele que riu muito, foi até o quarto dele e trouxe mais umas sete fotos da mesma maneira com o tal selinho, cada uma de um ano de aniversário que ela fez festa, sempre com uma frase atrás, ela ainda prometeu me apresentar a Cláudia pessoalmenete, que com certeza ia rir muito dessa estória.

Não sou ciumenta, mas numa situação dessas quem não faria como eu? A pulga? Tive que pulverizar a orelha...

Blogado por Coisas De Mulher às 00:05

27 outubro 2005
.:A pulga atrás da orelha...:.

Sabe aquela pulga que insiste em coçar na sua orelha, como as pulgas dos cães, ficam ali incomodando, como que soprando algo na orelha pra você ir lá e fuçar, pois bem, após a noite de domingo, que foi na casa dele -minha "sogra" reclamou de eu não ter ido lá vê-la asism que cheguei, mas disse que entendia a saudade, sabia que era por uma boa causa- disse tudo isos com aquela malícia de quem já viveu toda essa euforia rsss.

Mas, voltando às pulgas, o fato é que dormi na casa dele e tudo foi maravilhoso, conversamos muito, falei de meus pais que querem conhecê-lo da próxima vez que eu for pra lá visitá-los, ele falando do Cyber e de como pensou em mim esse tempo todo. Na manhã seguinte havíamos combinado de que eu acordaria cedo e iria até a padari comprar pão, já que o pessoal de lá guarda os melhores pães para mim, isso ele dizia, pois sempre que ele compra o pão tá passado. Como ele não deixou o dinheiro na mesa, fui eu pegar na carteira dele, já que na minha não tinha nada.
Abri a carteira e o que vi foi uma foto do Guilherme com uma garota linda, morena beijando, sim era o fim de um beijo aquilo, ou o começo, mas estava beijando, atrás da foto estava escrito:

Ô biríGUI sabe que te amo e sempre te amarei, desejo que seja feliz! De sua princesinha de hoje e sempre Cláudia.
Setembro de 2005

Resolvi ainda em pânico, levar a carteira, olhei ela no caminho todo e ainda atônita pedi os pães, o cara da padaria olhou-me sério e perguntou se eu estava bem, fiz um aceno com a mão perguntei onde era o banheiro, ele apontou uma porta ao fundo do corredor lateral, apressei-me em direção a ele esqueci que estava com os pães, voltei coloquei no balcão e me direcionei novamente ao banheiro. O Senhor do balcão gritou:

- Regina! Vai lá ver se a moça está bem!
Ela bateu na porta, eu não respondi, estava olhando no espelho e entre raiva e angústia rolou a primeira lágrima, ela entrou.
- Moça, tudo bem? Posso te ajudar?
Eu sem responder comecei a despejar injúrias.
- Infeliz eu não acredito nisso, como ele pode fazer isso. Eu visitando meus pais e em menos de um mês sai com outra! Ah isso não vai ficar assim, olha só.- fiz um gesto mostrando a foto.
A atendente sem entender olha e analisa, provavelmente percebeu que não era eu na foto, disparei a chorar e ela sem saber o que fazer me perguntou.
- Mas você já falou com ele?
- Não! Encontrei esta foto agora a pouco antes de vir para cá.
- Ah pode ser antiga...
Antes que ela terminasse, mostrei a data atrás da foto, ela fez cara de quem diz xiiiii...
Me controlei, sim pois eu quando fico nervosa choro e choro muito, lavei o rosto refia a maquiagem leve para disfarçar o rosto avermelhado e saí me segurando para não ficar nervosa de novo.
Quem era a tal da foto que beijava ele? Porque? Porque?

Abri a porta e dei de cara com ele na cozinha que ao mer ver, já comentou sobre minha demora, percebeu meu nervosismo e com a cara mais inocente do mundo ( não sei se já sabia que eu estva com a carteira e teria visto a foto então dissimulava, ou se não havia percebido nada mesmo) perguntou-me o que eu tinha.
Abri a bolsa tirei a carteira dele e mostrei, ele então disse:
- Ah está com você! Que bom eu estava procurando feito um louco! (Feito louco; porque será?)...
Eu tentando manter minha calma olhei-o nos olhos e...

Blogado por Coisas De Mulher às 00:10

25 outubro 2005
.:Retornei para Campinas e olha só...:.

Bem, consegui colocar a casa para vender em uma boa imobiliária, mas deixei meu telefone para contato direto, sem terceiros sabe como é, evitar intermediários.
Aproveitei que tudo estava certo e resolvi voltar para Campinas ontem à tarde, sim nada comopegar um ônibus pra casa depois de tanto tempo fora. No caminho fui pensando em tudo, em como foi bom rever meus pais agora já com tudo resolvido, o ano passado meuu pai teve um problema do coração e antes de ser operado no começo desse ano pediu para que eu fosse vê-lo, fui meio ressabiada, meio com mágoa de tudoo que havia acontecido no passado, com vergonha de não ter passado na faculdade naquela época e ter que ouvir que meu intuito não foi pra frente, mas enfim passei por cime de tudo isso e fui lá, era meu pai quem pedia e não nos falavamos há pelo menos três anos. Ele cumprira sua promessa durante esses três anos me ignorando quando ia visitá-los em Frutal, mas nesse dia não, nesse dia ele chorou, eu chorei, e nos reconciliamos, ele voltou a ser meu querido pai, eu voltei a ser sua pequena...Lembarando isso chorei no caminho para Campinas.

Eu estava tão ansiosa, que em vez de ir pra casafui direto para o Cyber-Café. Entrei e dei de cara com aqueles balcões me mármore as roletas imitando ás do metrô e me recordei da inauguração que felicidade, olhei para a escada e Analú descia correndo gritando, doida como sempre os clientes distráido nem olharam, me abraçou como sempre fazia rindo e ao memso tempo falando com sua voz esganiçada e fina, nãopude deixar de rir junto, ela é assim contagiante, pprocurei o Guilherme com os olhos não o vi em canto algum.

- Xiii já vi tudo! Nem vai prestar atenção em mim já caçando meu irmão, ele saiu e volta logo, vai explodir de felicidade quando te ver. Te esperávamos só omês que vem.
Corei de vergonha, ela ali dando todo o carinho e eu procurando o Guilherme.
- Como vão as coisas?- perguntei tentando disfarçar.

Ela sorriu, ela sempre sabe sorrir no momento certo, acenou com as mãos mostrando o movimento nos balcões e os funcionários qeueram três quando inaugurou já eram dez no café, dois na Lan house e dois no piso superior onde tem a banca e a biblioteca, o movimentono domingo é bem menor ela me disse, só a lan house era um pouco mais movimentada.
Me mostrou muitas planilhas e o crescimento desde a inauguração, quando aproximava-se a hora de fechar a loja, ele entrou...Meio distraído não me percebeu, mas ao perceber percebi seu olhar brilhar, eu não pude me deter corri escada abaixo, abracei-o e beijei-o como nunca, havia me esquecido onde estava e os poucos clientes presente fizeram festa e aplaudiram foi um momento único, isso pude perceber. Depois de fecharmos a loja, saímos e "matamos a saudade"!!!

Blogado por Coisas De Mulher às 00:09

22 outubro 2005
.:Capítulo II:.

Os texto escritos aqui tanto o capítulo 1 quando sua continuação contam como vim parar aqui nesta cidade grande e vai seguir de maneira rápida ( pelo menos tentarei fazer isso) até os dias de hoje resumindo do Cyber café e do Guilherme.
Respodnendo às perguntas aqui, já que não tenho ainda o lance de responder no haloscan.
Junior: Sim, muita coisa mudou entre eu e meu pai e algumas atitudes dele também...Eu moro em São Paulo desde os 14 anos quando fugi de casa.
Engraçadinha: Não rss, não tenho mais 14 tenho 24 anos já passaram-se dez anos depois dessa estória.
Gwen: Sim o Guilherme é o do post que escrevi lá no Caldeirao do Mago.
Juro que tentei ser suscinta mas não consegui, vou continuar tentando hehe...
A fuga


Era noite, quase hora da janta, fiquei sabendo que Cristiano havia me procurado e deixou o recado que depois falava comigo, eu me levantei, fui até a cozinha fiz o prato e levei minha janta para quarto, papai só me olhou de longe, mas nada disse. Eu iria para São Paulo com ou sem a autorização dele, estava decidida.
Arrumei a mochila, peguei o dinheiro que tinha guardado, saltei a janela e fui para a casa do Cristiano, ele na certa me ajudaria. Assim fugi de casa, uma loucura que Cristiano mesmo contrariado me ajudou a realizar, eu passei a noite na cabana perto do lago e pela manhã fui para a Rodoviária, arrumei a passagem para São Paulo e depois que chegasse lá ligaria para a casa do Cris, havíamos combinado tudo, ele só avisaria meus pais depois do meu telefonema, quanto ao lugar onde eu iria ficar, havia pegado o endereço de Sônia e iria para a casa dela convencê-la me deixar ficar lá, assim meus pais teriam que me transferir ou pelo menos pensar no assunto.

Cheguei em São Paulo era final de tarde, Terminal Rodoviário Tietê, confirmei o nome do lugar com um taxista e segui de metrô para o endereço anotado, me disseram para fazer troca de metrô para a linha verde na estação Paraíso e depois descer na estação Brigadeiro que sairia na avenida principal, lá seria melhor perguntar de novo desci na Av. Paulista, não deveria estar longe. Liguei para o Cristiano dizendo que já havia chegado e estava indo para casa de Sônia, ele ligaria para os meus pais como de combinado, disse que tinha certeza que seu pescoço estaria na forca por ter me ajudado, mas que valeu a pena afinal eu era sua melhor amiga.
Estava escurecendo, eu havia ficado zanzando pela avenida nas lojas que vi, esquecendo-me que deveria ter ido direto para a casa de Sônia, a esta altura meus pais já deviam ter ligado pra lá, procurei o papel com o endereço e o telefone dela e segui a pé, pelo que haviam dito o lugar ficava a três quadras em frente, uns quarenta minutos de onde eu estava.


Percebi que havia alguns garotos me seguindo acelerei o passo, eles também, então comecei a correr as poucas pessoas que passavam por ali não perceberam a agitação virei a esquina, fiz mal me afastando da avenida principal, eles me alcançaram, conseguiram me derrubar, três garotos e uma menina; eram de estatura média eu estava apavorada e levei um chute ao tentar acertar um deles com a mochila, que logo foi arrancada de minha mão, saíram correndo, gritei algumas vezes, mas ninguém parou, passei por duas cabines policiais que estavam vazias, eu havia me perdido, agora estava sem os telefones e o endereço da casa. Para piorar o telefone do Cristiano e o de casa não recebiam chamadas a cobrar, a dor do chute era insuportável. Droga!

Toda vez que eu tentava pedir ajuda as pessoas desviavam, nem mesmo olhavam para mim. Uma viatura passava devagar, fiz sinal com as mãos e o farolete acendeu em minha direção. Pararam o carro, um deles desceu e o outro ficou no carro.
- Algum problema? O que faz a esta hora aqui sozinha?
- Fui assaltada, cheguei de viagem hoje, estava a caminho da casa de minha tia, mas me perdi, uns garotos me seguiram...
Após contar a estória fui levada para a delegacia onde ligaram para meus pais, que deram o endereço da casa de Sônia e disseram que estariam em São Paulo no dia seguinte, fui levada pelos policiais até o endereço que meus pais deram a eles, mas não sem antes passar pelo médico para examinar a pancada e ouvir um sermão deles e outro ao chegar na casa de Sônia.

Eu estava mesmo encrencada, fui dormir com as costelas doendo, pelo menos não tinha quebrado nenhuma. Fiquei sabendo que o Cristiano estava de castigo e que meu pai estava uma fera, chegaria logo após o almoço, não saí do quarto a manhã toda, a conversa não seria boa e eu havia estragado tudo.

Meu pai chegou, não falou muito comigo, apenas perguntou se eu estava bem, fiz um sinal positivo então Sônia pediu para que eu os deixasse, pois tinham muito que conversar. Voltei para o quarto e lá fiquei até o fim da tarde, chamaram-me para tomar café, fiquei surpresa ao saber que meu pai havia me deixado ficar e que traria minhas coisas e a transferência da escola na outra semana. Sônia havia convencido meu pai, mas deixou clara quais eram as regras da casa e que eu ficaria só até terminar o segundo grau com curso profissionalizante, meu pai insistia que eu fizesse a faculdade em Minas, bem não concordei, mas não era hora para isso.

Os anos passaram rápidos, visitei meus pais todo o final de ano, no final do terceiro ano e minha formação, meus pais vieram ver, foi tudo muito bom até eu anunciar que não voltaria para Frutal, que pretendia fazer minha faculdade em São Paulo, o que rendeu uma briga maior que quando fugi.
Meu pai me deserdou de vez, disse que eu não precisava visitá-lo mais, que não seria recebida lá se ele estivesse em casa. Sônia disse que eu poderia ficar lá, mas teria que arrumar um emprego e ajudar nas despesas já que usei o argumento de ter dezoito anos e ser responsável para não voltar.

Visitei-o nos três anos seguinte, mas como o prometido,para ele eu não existia mais, somente mamãe falava comigo...


Blogado por Coisas De Mulher às 21:37

19 outubro 2005
.:Capítulo I:.

Bem vindos! Antes de começar quero dizer que ainda não fui para Campinas, sei que querem saber do Guilhereme, eu também quero, mas ficarei aqui em São Paulo por enquanto, meu pai autorizou a venda da casa que me deu, disse que a casa era minha eu não precisava pedir permissão, eu disse que foi presente e não queria me desfazer, ele respondeu que presente foi o que aproveitei e se vou mudar agora ela é passado. Por isso amo meu Pai, ele sempre sabe o que diz, mas nem sempre foi assim, em meus 14 anos quis ser dona do meu nariz e aí embaixo segue-se o que aconteceu... Ah! O texto tá um pouco longo, mas deixe de preguiça e leia nos próximos tentarei ser mais resumida rsssss
O motivo da fuga.

Eu nasci em Assis-SP, mas minha família se mudou para Minas Gerais, Frutal, quando eu tinha apenas cinco anos de idade, foi assim que nos tornamos amigos da família Pires.
O senhor Dantas, sua esposa Júlia e o único filho deles o Cristiano, que na época tinha oito anos. Crescemos juntos como se fossemos irmãos, ele sempre me protegia na escola e coisas desse tipo. Nas férias vínhamos para São Paulo, o irmão do senhor Dantas morava próximo ao centro da cidade e tinha uma casa no litoral, nossas famílias se davam muito bem, foi numa dessas viagens de fim de ano, depois da minha colação de grau quando eu concluí a oitava série e o Cristiano se preparava para a formatura do segundo grau que surgiu a idéia de eu vir morar com Sônia, tia de Cristiano, para terminar meus estudos aqui. Visitamos alguns colégios bem interessantes, Sônia dizia da importância de se estudar num bom colégio com curso profissionalizante e tudo mais, mas meu pai não gostou da idéia.

Ele sempre foi um homem sério e protecionista com relação às coisas que lhe diziam respeito, com relação a mim então; sua filha querida, a coisa era ainda mais séria. Mamãe não disse nada, ela sempre esperava uma resposta do papai primeiro, mas dava para perceber que ela havia gostado da idéia, pelo jeito isso seria motivo de longas conversas durante a semana já que voltaríamos para casa no dia seguinte e faltavam apenas quinze dias para retornar às aulas.
Voltamos e tudo parecia muito normal, até mamãe propor a conversa da transferência.
- O que você achou dessa idéia da nossa pequena ir terminar os estudos em São Paulo?
Papai olhou torto para minha mãe e isso não era boa coisa.
- Eu não gostei, ela vai ficar longe da gente e nós sabemos também que tipo de gente tem essas escolas em grandes centros, acho que ela deve terminar os estudos aqui perto da gente onde podemos acompanhar as coisas.
- Mas as escolas daqui não têm o recurso que as de lá tem, é uma oportunidade única para nossa filha e além do mais, ela estará com Sônia, você sabe o quanto ela gosta da Dannyele.
- Já disse, o lugar dela é aqui conosco, depois, ela pode muito bem tentar a faculdade aqui mesmo, não precisa ir pra São Paulo pra isso. E não se fala mais nisso!

Assim era meu pai, quando decidia algo ninguém mais podia questionar, mamãe até tentava interferir e de vez em quando conseguia fazê-lo mudar de idéia, mas isso era raro de acontecer. Uma semana passou rápido, estávamos todos arrumando as coisas para voltar à vida cotidiana, mas como eu disse, ainda faltava uma semana.
Eu e o Cris fomos até a cachoeira curtir o resto das férias, conversamos sobre a decisão que meu pai tomou e eu estava louca pra ir estudar lá e quem sabe tentar a faculdade lá mesmo, ainda não sei direito o quero fazer, mas terei três anos pra decidir, o Cris disse que ia tentar a Universidade de Minas, trabalharia com seu pai e quem sabe abriria um negócio em B.H, mas não iria para São Paulo, não gostava muito da correria louca de lá. Ele me incentivou a falar com meu pai já que eu queria tanto ir, ao que eu ri dizendo que ele não conhece o Sr. Jorge, mesmo assim prometi pensar nisso, afinal tinha apenas uma semana para convencê-lo a deixar que eu fosse. Ele é durão e muitas vezes orgulhoso, mas acima de tudo é um pai amoroso. Divertia-me muito com ele, sempre fazendo brincadeiras como se eu ainda tivesse apenas cinco anos, acho que todo pai é assim, não querem ver seus filhos crescerem e deixarem o lar.

Como havia prometido ao Cris, pensei muito e fui falar com meu pai, lá estava ele sentado na rede da varanda com seu jornal da manhã de domingo como fazia sempre, me aproximei como quem não quer nada, perguntando sobre os assuntos do dia e do jogo do cruzeiro; ele resmungou qualquer coisa mostrando pouco interesse em conversar, insisti; ele fechou o jornal meio insatisfeito e me olhou nos olhos como quem já soubesse o que eu ia dizer.
- Pode dizer. - falou com rispidez -É sobre aquela estória de ir morar em São Paulo?
- É sim.
- Então é melhor parar por aqui! Já disse o que acho.
- Mas e o que eu acho? Não conta?
Ele me olhou por um minuto em silêncio, deu um suspiro profundo e começou com o sermão.
- Você só tem quatorze anos, ainda é nova e não sabe o que te espera lá em São Paulo, eu te criei com muito carinho, dei tudo o que você quis e agora quer ir embora assim, só por causa de uma aventura à toa. Eu não vou deixar você ir e pronto! Vai estudar aqui e se formar na faculdade em Belo Horizonte.
- Pai, eu tenho idade sim pra escolher o que quero, o que acho que é melhor. Se você acha que é só uma aventura à toa, não posso fazer nada, é meu futuro que estamos discutindo aqui.
- Por isso mesmo. Não vou deixar você jogar seu futuro no lixo!
- A faculdade de B.H fica longe daqui, o senhor sabe o quanto o pessoal que estuda lá e mora aqui sofre com isso. Alguns alugam casa lá, sei que o senhor não deixaria eu morar com nenhuma amiga lá em B.H, numa república, então qual a diferença. Deixa de ser cabeça dura!
Ele se levantou da rede, me encarou com um ar de nervoso, aí percebi que disse algo errado, mas já era tarde já tinha dito, além do que era verdade e nada mais podia fazer.
- Sabe de uma coisa menina? Você é muito ingrata, não merece ser minha filha, após todo o trabalho que tive pra te criar você me diz uma coisa dessas...
- Pai, eu...
- Não sabe o quanto eu trabalhei pra te dar o que você tem, por isso não dá valor.
Nesse momento perdi a cabeça de tão nervosa com o que ele falou e soltei essa fúria de uma forma descontrolada e arrasadora.
- Quer saber de uma coisa, o senhor é que não merece ser meu pai! Se me deu tudo o que diz, foi porque quis, eu sempre fui obediente, sempre segui seus conselhos, nunca deixei de cumprir o que me pediu. Se existe alguém ingrato aqui este alguém é o senhor!
Gritei de forma histérica. Mal acabei de dizer isso e senti o peso de sua mão em meu rosto. Fiquei estática por alguns segundos, sem reação, senti um grande ódio naquele momento, ele olhava para mim e eu não ousei chorar na frente dele, não daria a ele esse gostinho de vitória. Passei correndo pela sala, fui direto para quarto e chorei como nunca tinha chorado, não tenho recordação de ter apanhado de meu pai antes, mas a dor maior era pelas palavras. Como ele podia ter dito que eu não merecia ser sua filha, que eu era ingrata? Como? Ele não podia ter feito isso, não era justo!


Do quarto conseguia ouvir a conversa dos meus pais, mamãe estava furiosa. Veio até o quarto ver como eu estava, disse que ele passou dos limites e que eu também não devia ter gritado com ele, mas que não podia me tratar como tratava os subordinados dele na polícia. Pediu para que eu o compreendesse, depois que se aposentou anda meio irritado com a falta de ação, que me amava muito só estava com medo de me perder. >>>

Não acaba aqui, mas o restante conto no próximo post, um beijo com muito Chantilly.

Blogado por Coisas De Mulher às 00:00

18 outubro 2005
.:O inicíco de Tudo!:.

Olá! Sejam bem vindos à minha humilde casa, eu passei o tempo em Frutal pensando em fazer ou não meu blog de vez e se o fizesse como seria?
Pesquisei e o meu amigo Mago como sempre me deu uma mão indicando a Lelinha que fez essa casa maravilhosa que me descreve tão bem.
Não vou falar muito sobre isso, olhem à vontade, ainda colocarei os links e quem sabe um caléndário e um relógio, mas são só planos. Para quem leu e acompanhou minhas estórias no blog do Mago e o meu retorno com promessa de novidades, aqui está a surpresa, só tenho a agradecer àqueles que me deram força para fazer um blog, como não tenho muito tempo ecsreverei aqui nos dias mais sossegados terça, quinta e sábado. Os outros , bem os outros são pra curtir meu dia, afinal trabalho num Cyber-café que tem uma lan house, nem por isso posso usar o pc o dia todo não é mesmo? rsss
Bem, mas não vim hoje só pra falar disso, como eu havia dito o negócio está indo bem e vai melhorar, ainda não voltei pra Campinas e me peguei pensando no Cris, sei lá, é estranho encontrar uma pessoa que fez (faz), parte de sua vida depois de muito tempo e fiquei pensando nisso.

Como prometi, vou contar muitas estórias e vou começar pelo meu nome, que muita gente acredita ser apelido.
Contou minha mãe que a escolha do meu nome foi dela e a do segundo nome de meu pai depois de algo muito engraçado.
Ela estava no oitavo mês e alguns dias tudo indicava que faltavam três semanas para que eu nascesse, então um certo dia ela acordou as três da manhã, chamou meu pai e disse queria morangos, meu pai sabendo que ela gostava muito de morangos tinha comprado e estocado umas caixas, levantou-se, foi até a geladeira e trouxe uma tigela cheia deles, então mamãe não satisfeita, disse que queria com chantilly, meu pai reclamou mas mamãe disse:
- Ah eu quero chantilly! Se não comer chantilly nossa filha irá nascer com cara de chantilly!
Meu pai contrariado, saiu e foi até a padaria que ficava a uns dois quarteirões de onde moravam lá em Assis (sim Assis, foi lá que nasci, mudamos para Frutal quando eu tinha cinco anos), esperou a padaria abrir, uma hora e meia depois voltava com o chantilly, quando chegou em casa mamãe estava deitada no sofa gemendo e respirando estranho, ao ver meu pai ela disse:
- Tá nascendo! Tá nascendo esquece o Chantilly!
Ele meio sem saber o que fazer pegou a chave do carro e carregou mamãe até o carro chegou no hospital às pressas onde depois de algumas horas eu nasci...

Quando meu pai foi me registrar resolveu colocar o nome chantilly depois do nome que mamãe havia escolhido para mim ficando então Dannyele Chantilly. Na minha época de escola detestava quando me chamavam assim, depois achei interessante ter um nome diferente e tudoe hoje não me importo tanto assim.
Assim surgiu meu nome que tantas gozações me renderam em época escolar a algumas cantadas hoje em dia! Um big beijo com muito chantilly rssss

Blogado por Coisas De Mulher às 00:16