27 novembro 2005
.:Meu vizinhos:.

Eu sei gente sumi durante essa semana daqui, mas é por força maior. Depois de ter ficado de papo pro ar no domingo sem fazer nada, segunda pela manhã saí cedo havia uma entrevista de emprego pela qual eu passaria no centro da cidade, uma agência boa, a entrevistadora mepareceu meio rígida, mas me senti segura.
Uma vaga de vendedora para a livraria Fnac, salário fixo mais comissão e os benefícios, marcaram o segundo teste para quarta. Saí de lá feliz e esperançosa, passei em algumas lojas para ver enfeites de Natal, estou pensando em tirar a árvore de da caixa e colocá-la na sala, comprei umas bolinhas e luzes, segunda feira é bom para comprar por ser menos cheio.

No caminho de casa estava pensando em quem seriam os meus vizinhos, uma semana lá e só havia visto uma senhora de mais ou menos 60 anos que mora no térreo, apenas isso, não sei nem memom o nome de algum deles, raras vezes os vejo, não paro em casa e quando paro não fico lá embaixo no quintal. Minha curiosidade quase memlevou a ir lá na praça de alimentação ver se encontro o estranho do cinema, me dei conta de que nem mesmo o nome dele eu sabia, se bem que eu também não falei o meu, mas meu pé atrás me ordenou ir para casa.

Eis que subindo as escadas eu escorrego no piso molhado e caio... Rolei dois lances abaixo, bati com a cabeça que começou a sangrar, ao tentar me levantar minha vista escureceu e apaguei ali mesmo... Ouvia vozes bem longe e sentia uns tapinhas em meu rosto, ao abrir os olhos apavorada com a lembraça do tombo, vi em minha frente algumas pessoas, a tal senhora e um homem pediam calma e me ajudavam a levantar, meu braço doía e havia um pano na parte de trás de minha cabeça. Fui levada até ao hospital ainda bem que é próximo, eis a vatagem de se morar perto do centro da cidade. Levei seis pontos na cabeça e coloquei um goteira próximo ao pulso, não chegou a quebrar, mas o médico disse ter trincado.

Conversei com a senhora a tarde toda, o nome dela é Paula e o homem de meia idade 34 anos era seu filho, moram no apartamento abaixo do meu, moro no segundo andar de um mini-condomínio que tem dois prédios de quatro andares.
- Marcos- disse ela- o meu filho chegou pouco depois de sua queda, menina isso é perigoso, meu marido faleceu assim... Ainda bem que nada mais grave aconteceu.
- É mesmo!- disse eu meio sonolenta- Não sei como agradecer...

Ela falou de seu marido Sr. Hugo que caiu da escada e faleceu, não essa, foi em outro apartamento, ele estava c0m 67 anos e que ela e seu filho se mudaram do local por não aguentar a lembrança, dois anos isso. Eu tinha a impressão de estar falando com alguém famíliar, ela se parece com minha avó e é estranho como sua voz me fazia lembrar a época em que no colo dela (minha avó) depois do almoço eu me deitava para dormir. Eu estava em observação só poderia sair na terça-feira, ela ficou comigo até à noite e perguntou se tinha alguém que poderia ficar comigo, eu fiz com a cabeça que não, o filho dela que tinha ido trabalhar voltou lá para apanhá-la e acabou por se oferecer de ficar lá a noite para que se algo acontecesse... Não telefonei para meus pais, não queria preocupá-los.
Saí no dia seguinte, Marcos muito atencioso me levou para casa antes de ir trabalhar, ele não falou muito, sempre calado, ficava observando e cantando baixinho, sempre perguntando se estava tudo bem.

Passei assim a semana tentando fazer tudo com uma mão só e sempre recebendo a visita de dona Paula, que me trouxe quitutes e doces e me convidou alguns dias para ficar com ela que se sente só quando o filho sai, depois da alta liguei para mamãe que tratou de aliviar a notícia para meu pai por causa do coração dele. Me senti de novo no tempo de criança falando com dona Paula, que muito me contou sobre o passado e álbuns de família, não fui para a seleção na quarta, não conseguia escrever, teclar com uma mão só aqui também não deu, meu pulso está melhor, agora só enfaixado, visito-os em breve e volto depois para falar desses meus agradáveis vizinhos...
Ah! Tive que raspar uma parte da cabeça onde foi o corte para levar ponto resultadoum buraco no penteado!! hehehe


Observação: Hoje já é Segunda - feira e eu escrevo Lá No Banheiro

Blogado por Coisas De Mulher às 13:07

20 novembro 2005
.:Um encontro inusitado!:.

A semana foi corrida, desde quarta feira para cá, aproveitei o dia para ver novamente o apartamento que já tinha visitado umas três vezes, o corretor deve ter achado que eu era maluca ou tava de gozação com a cara dele, mas pedi para que me levasse lá novamente e dessa vez não dissesse nada sobre o lugar e condições, apenas me deixasse observar. Sou assim preciso sentir o que vou comprar lá no fundo, assim nunca erro nas escolhas, faço isso com tudo, certo dia uma vendedor ame passou para outra por falta de paciência eu simplesmente fiquei meia hora em silêncio olhando uma roupa na vitrine até decidir comprá-la...
Bem, comprei o apartamento na quarta mesmo, à tardezinha, quinta feira foi a correria de papéis e tal, pedi a retirada dos móveia lá na transportadora, alguns amigos daqui de onde eu morava vieram me ajudar com a decoração , foi uma festa só, todo mundo dando pitaco de onde deveria ficar o que... no final ficou tudo mais oumenos como era na outra casa, para eu me sentir melhor sabe como se fosse a mesma. Depois de tanto trabalho durante semana, decidi sair um pouco, fui até a praça de alimentação de um shopping no centro da cidade, estava com muita vontade de comer algo, mas não sabia o que era, só indo lá para descobrir.
Até que estava vazio para uma tarde de sábado, tranquilo, melhor para mim que detesta lugares lotados. Fui pasando de um restaurante a outro e nada de descobrir o que comer até que vi bem em minha frente aquela pasta Italiana maravilhosa... Sim era isso! Um Rondelli maravilhoso!( macarrão com um tipo de molho escolhido por você que vem em formato de circulos e recheio) Fiz meu pedido sentei-me e como sempre faço ao aguardar algo, fiquei fazendo algumas anotações em minha agenda, nunca saio sem ela, as contas com a casa, o orçamento do concerto de alguns encanamentos da lavanderia, o condomínio e depois de tantas contas vi que não me sobrará muito se eu não arrumar logo um serviço a grana durará apenas um semestre, já que vivo só e não gasto tanto assim, mas terei que controlar meus impulsos nas compras.
Ao me levantar para pegar meu prato que já estava pronto, percebi que alguém me seguia com o olhar, não olhei logo de cara, mas ao voltar à mesa olhei disfarçadamente e o meu alvo tentou disfarçar, mas não fez a tempo então sorriu de maneira engraçada e acenou de longe.

Era um homem de cabelos louro médio, camiseta branca bem básica, parecia ter entre 25 a 30 anos sentado na última mesa sozinho olhando o movimento. Tentei me lembrar se o conhecia mas definitivamente não. Depois de alguns minutos ele se aproximou, sentou-se me dizendo um oi, ao qual eu respondi meio desconfiada e assim seguiu-se o diálogo:

- Se eu estiver incomodando eu me retiro. (que tipo de pessoa começa uma conversa assim?)
- Já sentou, então fica.
- Sabe que eu fiquei te olhando faz um tempo e percebi que está só. Esperando alguém?
- Não não estou, mas não se atreva. Sei defesa pessoal.

Ele riu, e a maneira como fez isso me fez baixar a guarda um pouco.

- Na verdade eu só qeuria convidar alguém para ir ao cinema comigo, é tão chato ir só.
- Porque eu? Porque não aquela ali? (ele riu novamente)
- Porque ela me parece rabugenta e você me parece o tipo de garota interessante.
- Sei, que te fez pensar que eu aceitaria?
- O que é isso um interrogatório? Nada me fez pensar mas eu tinha que tentar. ( gostei disso tem iniciativa)
- A propósito você sempre dificulta tanto. (dessa vez quem riu fui eu)
- Algumas vezes sim.
- Bem, eu vou te contar o motivo e se não for suficiente eu aceitarei seu não! Eu estou só a uma semana, à beira de um colapso emocional. Estava namorando há dois anos com uma pessoa e ela de repente termina por dizer descobrir gostar de mulheres, terminou tudo e começou a namorar uma outra colega dela. Até agora não entendi e para piorar os que eu considerava amigos se afastaram junto com ela, eram mais amigos dela do que meus, desde então saio por aí convidando uma pessoa para sair e conversar...Além do que tenho duas entradas para o filme que se inicia daqui a dez minutos.

Não falei mais nada, acabei minha refeição, a aceitei o convite, conversamos muito, ele falou dele eu falei de mim e no final do filme que era muito bom, Tudo acontece em Elizabeth Town, ele me levou até o ponto e de lá fui para casa feliz como nunca me senti desde a viagem de volta para casa. Ele não me deu o telefone dele nem pegou o meu, disse que se fosse para nos encontrarmos assim aconteceria, mas deixou a dica de que sempre almoça no shopping, pois trabalha lá perto. Foi isso um encontro inusitado... Hoje fiquei em casa pensando nisso tudo.

Blogado por Coisas De Mulher às 19:53

16 novembro 2005
.:Uma crise.. Do quê, é que eu não sei:.

Bem a segunda-feira foi preguiçosa e um verdadeiro fiasco, eu acordei tarde se é que oito horas é tarde, para quem estava acostumada a acordar às seis todos os dias é sim, acordei com o sol na minha cara e com o ronco do Benites, ele mora em quatro cômodos uma salinha de bliblioteca, na verdade só tem livros de pesquisa e código penal, uma ampla janela e uma mesinha, mais no canto um rack com uma tv e um video por onde ele vê e reve fitas gravadas por circuitos internos, um quarto, sala e cozinha, acontece que a sala fica antes do quarto dele e de lá se ouve o ronco dele de tão alto, as cortinas dele são claras e finas o que faz com qeu a luz do sol penetre sem problemas, ele ainda dormia, pega no trabalho às dez.

Eu saí e fui ver algumas imobiliárias procurar uma casa próximo de onde era a outra antes, por causa do bairro sossegado. Enquanto eu caminhava de um lado para o outro atravessando uma passarela que fica em uma praça aborizada vi um casal sentado em um dos bancos, trocando presentes e não só isso, trocavam também carinho e amor muito amor, parei e fiquei observando, de repente me percebo chorando.
Mas que bobagem! falei para mim mesma voltei para casa elá fiquei o resto do dia, imaginando quando apareceria aquele alguém que tanto espero. É incrivel como em um momento desses a gente passa um por um dos que fizeram parte de nossa estória, relembrando tudo e tentando descobrir onde estão as pequenas pedras que deram fim no que antes parecia ser para sempre.

Crise, foi essa a palavra que veio em minha mente. Crise do que?.
Ontem feriado, recebi uma notícia que para mim não foi agradável, acredito que na verdade não fez diferença, o curso de reavaliação para assistente de detetive está o olho da cara, seis meses sai por muito mais do que eu imaginava, além disso tem um novo sistema, precisa passar em uma prova que é paga, para poder se obter um certificado, como os dos médicos e dos vendedores de imobiliárias e também não é barato.
O Benites retornou a noite com a notícia que não foi aprovada a vaga que eu esperava, haviam mudado o chefe do distrito e ele concedeu a vaga para outra pessoa.
Recebi o telefonema de uma pessoa que retornava um ligação sobre a possível venda de um apartamento, condomínio pequeno de dois prédios que fica na rua onde eu morava antes, apartamento conservado, preço bom, área de serviço grande.

Não falei muito, mas vou fechar o negócio, pois o prazo para eu retirar minhas coisas que estão embaladas na transportadora está acabando só mais quinze dias depois disso tenho que pagar mais e isso é o que não quero. Saí e caminhei pela rua, passei na frente de minha antiga casa, percebi o quanto me apego às lembranças e impressões das coisas, pessoas e momentos que tive, olhando para casa me lembrei do Cris, sim aquele que foi meu primeiro amor do qual abri mão para vir para São Paulo, aquele que ao perceber que meu sonho era maior e incontrolável me ajudou a ir atrás dele...Porque lembrei dele?
Por uma vez ele ter vindo para cá numa das visitas de fim de ano, ter se declarado e dito que eu era a mulher da vida dele e que aquela era a nossa última chance, eu ri e o chamei de bobo, sempre falávamos isso, tínhamos um romance colorido daqueles em que se fica junto quando dá vontade e quando passa volta a ser amizade, ele esntristeceu-se, virou-se e se foi, depois que ele se foi, pensei que poderia ter sido sério.

Quando se está só é que a ficha cai, ele vai noivar, isso me sôa tão estranho. "Mesmo longe sempre seremos um do outro." Me disse ele no dia em que eu fui embora... Sempre senti isso, hoje tento entender porque ele disse isso.
Porque?
Crise do que? Carência? Talvez... No mais, gostaria de estar falando com ele agora.

Blogado por Coisas De Mulher às 17:37

13 novembro 2005
.:Um futuro incerto:.

Eu tentei ligar para o amigo que havia dito assim que cheguei no Terminal Rodoviário do Tiête, mas quem disse que ele estava em casa, me pergunto onde ele estaria, faz um tempo que o encontrei, nos falamos rápido nem deu tempo de saber como estavam as coisas, o que sei é que a vaga de assistente de detetive ainda estava aberta pelo menos para mim, mas isso foi a três meses e já fazem quase três anos que eu fiz o curso com dois anos de duração para detetive, hoje eu teria que passar por mais uns seis meses de reciclagem para poder atuar no ramo, sem contar que existem novas leis as quais eu teria que estudar, mas o que são seis meses, sei que Benites faria como fez enquanto eu ainda fazia o curso e não podia agir legalmente, fui uma informante. Entrava nos locais dos crimes depois ou antes dos policiais chegarem, investigava por fora, colhia informações dos envolvidos pedindo sigilo deles, mas isso foi lá atrás, depois desisti em trabalhar como ajudante de detettive a pedido de meu pai, que foi policial e sabe os perigos que envolvem essa profissão, mas não sei, está no sangue...

Como Benites não atendia o telefone fui diretopara onde ele morava se é que ainda era lá, eu ainda tinha a chave incrivel como eu guardo as coisas, antes de ir morar com as meninas fiquei dois meses morando com ele, que me deu a dica do curso e me arrumou esse bico de informante, foi com ele que trabalhei antes de Analú me arrumar uma vaga na agência bancária onde ela trabalhava, ela morria de medo de algum bandido descobrir onde eu morava e ir lá ameaçar e coisas do tipo, afinal eu trabalhava sem arma nem nada, parecia mais uma reporter investigativa, foram dois anos de curso e depois de terminar desisti da vaga que agora seria de verdade, talvez porque preferisse me manter por fora, sem o compromisso com as coisas e sempre que eu era pega na cena do crime mexendo ou analisando algo, Benites ia e conseguia me soltar sem antecedentes era como uma licitação, algo que agilizava as investigações sem que políciais fossem vistos fazendo investigações sem mandatos e a demora na papelada, para isso existia os informantes eu não era a única, conheci um outro cara de outro distrito trabalhei com ele umas duas vezes em um caso grande que depois foi arquivado por falta de provas, acredito que foi ele quem retirou as provas do local a mando de algum dos grande lá de dentro embora eu não possa provar isso.

O tempo passou eu não havia percebido que já tinha andando os quatro quarteirões que separavam a avenida da rua onde Benites morava, peguei a chave, tentei abrir a porta e nada, a chave não virava, insisti nem tchum... Bati na porta para ver se alguém atendia, vai ver ele teria se mudado durante estes três meses o que acho difícil, ele ama a bagunça daquele muquifu dele. Ninguém atendeu a porta, então fui até a janela, tentei olhar e nenhum movimento.

Percebi uma sombra e ao me virar... Puft, uma pancada na testa me derrubou, a vista escureceu...

- O que houve?
- Me desculpe Dannyzinha, mas alguém com capus preto olhando por minha janela, imaginei ser outra coisa, não alarmei pois se fosse alguém armado com certeza eu seria atingido...
- É assim que me recebe me dá um espelho!
- Você também podia ter me ligado.

Disse isso como se sempre atendesse ou ouvisse os recados.

Eu estva com um corte na testa, droga! O importante é que ele ainda morava lá e pelo pouco que conversamos ele poderia sim me colocar naquela vaga, me pagando um valor x, mas ainda teria que conversar com o superior dele, coisa quase certa já que sou da casa conheço o serviço e os riscos, era tarde e fomos dormir ele me deixou ficar lá até me arrumar. Pelo menos isso, agora as coisas voltam ao trilho espero... Meu pai é que não gostará da idéia de eu trabalhar novamente nesse ramo, mas agora é sem volta, se bem que nada é sem volta...

Blogado por Coisas De Mulher às 11:53

10 novembro 2005
.:Por via das dúvidas:.

Depois de me acalmar e perceber que remoer o que eu sentia não ia adiantar, voltei ao trabalho meia hora antes da reunião, claro que meu rosto estava inchado de tanto chorar coisa que a maquiagem não conseguiu disfarçar muito.
É incrível como nos enganamos conosco mesmo, eu que sempre achei estar pronta para aceitar o que aconteceu me pego em pleno desespero da perda, estava ali agora diante de um acontecimento que me tirou dos trilhos, de quem era a culpa? Aí é que está a questão, ninguém tem culpa e procurar uma razão para isso tudo seria como andar em circulo no mesmo lugar. Giovana conheceu ele muito antes de mim, provávelmente depois de ter vindo embora para Campinas, eles tiveram uma estória juntos, eu cheguei bem depois, mas tinha que ser ela? Tudo parece uma grande cilada da vida, mas ando me acostumando com esses trejeitos que aparecem em meu caminho, acredito que não deveria me acostumar.
Mas foi assim minha vida toda, não estou relamando, apenas juntando as coincidências de acontecimentos anteriores, os pontos críticos em que sempre aparece uma solução que dissolve meus planos e tudo volta a correr rumo ao mar depois de um tempo. Dessa vez foram três meses de mudanças radicais, das quais agora espero apenas uma trégua.

A reunião com os funcionários foi ótima, o representante do criadora do Game gostou do projeto apresentado e a inscrição foi aceita com sucesso, serão 100 dias de disputas, até janeiro serão formadas as equipes e feita as seleções para os jogos através de combate direto de equipes. Cada equipe representará uma Casa, depois da reunião eu Guilerme e Analú trocamos idéias sobre como fazer a divulgação e inscrição das equipes que participarão das eliminatórias, eu estava tão distraída que foi preciso Analú me chamar a atenção duas vezes para ao assunto e foi nessa segunda vez que anunciei minha demissão, foi uma discussão só...

- Ah não Danny! Você não vai nos deixar assim não é? -Analú protestou.
- Lú não dá para eu ficar aqui...
- Ela levou pro lado pessoal- Guilherme falou com um tom meio alterado- O que foi, não consegue separar as coisas?
- Não é nada disso eu só preciso...
- Vai! Foge! Faz isso! É o que sempre faz não é?

Eu ia partir para a estupidez, mas antes disso Analú deu um grito, grito esse que pode ser ouvido do lado de fora a ponto de um dos funcionários ir pedir para que baixássemos o tom da discussão.

- Gui do que você tá falando? Pirou cara? Ela está triste com tudo e...
Fiz um gesto para que Analú não dissesse mais nada, afinal minha carteira ainda não tinha sido registrada, coisa que ia acontecer nessa semana, apenas pedi ela de volta e sai, ele ficou lá como quem tivesse algo intalado na garaganta só olhando enquanto Analú me acompanhava, ela me levou até a rodoviária, sempre me perguntado o que eu faria, se já tinha algum lugar pra ficar, porque eu não ficava na casa da tia dela só por um tempo até me estabelecer, a resposta era óbvia. A verdade é que eu pretendia ligar para um amigo e esperava poder contar com ele até me arrumar, mas sei que ele nunca está em casa e nunca ouve as mensagem da caixa postal, o jeito era ir para lá direto e só depois ver o que seria. A viagem começou e eu me despedi da Analú prometendo dar notícias, mas por enquanto a distância seria o melhor remédio.

Blogado por Coisas De Mulher às 15:52

08 novembro 2005
.:O dia seguinte:.

Acordei no quarto de hotel maravilhoso, um dos mais aconchegantes que já estive. Guilherme ainda dormia, eu sempre acordo antes das sete, enrolada no lençol me levantei, fiquei uns cinco minutos olhando ele dormir e sei que de tudo o que aconteceu na noite anterior acabara-se ali, naquele momento, ele parecia um bebê dormindo, minha realidade agora era outra, mas resolvi não pensar nisso.

Tomei um banho relaxante, um café reforçado e antes de sair deixei um recado no espelho, não queria vê-lo acordar seria difícil não sofrer. Saí e fui caminhar, penso em como as coisas mudam de repente e se a escolha que fiz foi a melhor. Oh céus como eu poderia estar pensando nisso! Claro que foi certo, o que eu estava sentindo agora era o peso da nova realidade... Não se pode apagar o que se sente por alguém de uma hora para outra, mas sei bem que posso fazer algo para aos poucos mudar isso, caminhei até a casa da Analú e peguei uma carona para o Cyber. Ela estava animada com uma nova proposta de investimento e teríamos uma reunião com todos os funcionários, seria importante a opnião deles, afinal são parte do negócio, eram no total cem funcionários.
Uma produtora brasileira de Games está tentando entrar no mercado, não é bem conhecida e acabaram de fazer um novo jogo de combate, querem lançar primeiro em São Paulo depois nacionalmente. Para o lançamento e divulgação do Game escolheram cerca de duzentas Lan Houses e entre elas está a do nosso Cyber, isso foi maravilhoso já que teremos uma verba para fazer uma organização para o campeonato entre as lans, a lan house que tiver o grupo vencedor terá o prêmio de cem mil reais e mais cinquenta computadores novos já com o game instalado e um contrato de parceria por um ano com divulgação do Game e da casa vencedora.

Entramos para o serviço, movimento habitual da manhã com alguns professores tomando café e lendo algo, alguns alunos fazendo pesquisa, eu tentava entrar em contato com o diretor do projeto para maiores informações de divulgação e incrição da nossa Lan.
Fui até a mesa qeu fica no andar de cima próximo ao balcão de revistas, não consigo trabalhar trancada em minha sala, preciso de movimentação em minha volta, assim penso melhor, eram quase dez horas, Analú havia saído para resolver uns assuntos, uma mulher aproximou-se.
- Com licença.- disse ela-
- Sim...- ao levantar os olhos da folha de papel para a pessoa que falava a surpresa foi grande.
- Olááá! Nossa quanto tempo!
Abracei-a fortemente. Era uma amiga que eu não via ha muito tempo, quatro ou cinco anos. Quando saí da loja e da casa de Sônia fui morar com Giovana e com Analú, que conheci na época em que ainda fazia cursinho para tentar a USP, Giovana ficou doente e saiu do emprego, por esse motivo foi para a casa dos pais dela que era aqui em Campinas, depois disso eu e Analú a visitamos por duas vezes, daí por diante a mãe dela disse que ela estava em depressão e não queria receber ninguém, Analú continuou morando comigo.
- Que bom te ver! Como você está e como foi tudo nesses anos?
Eu não parava de fazer perguntas ela ria e disse que estava bem e feliz, me contou sobre os problemas pelo qual passou, sobre o tratamento que fez no último ano eu ouvia tudo curiosa e feliz por vê-la novamente até ela dizer a seguinte frase:
- Pena eu te reencontrar por acaso e dessa forma.
- Como assim? Algum problema.
- Você não sabe? Eu sabia que ele não teria coragem de dizer...
Nesse momento entra Guilherme que ficou parado na porta surpreso, os dois se olharam, e então percebi do que se tratava, como não liguei tudo o que ela me contou ao que ele havia me dito, talvez a felicidade de revê-la não tivesse me deixado pensar, além do que ele não havia me dito o nome dela e mesmo que tenha dito eu não me lembraria de imediato, ...
- Quando o reencontrei e ele falou seu nome, eu sabia que era você, afinal seu nome não é tão comum.- ela falou tentando resumir as coisas.

Eu não respondi, perder Guilherme eu suportaria, mas aquilo era demais para mim e acredito seria para qualquer um. Levantei e pedi licença para os dois. Peguei o carro do Cyber e saí, parei dua quadras mais para a frente, as lágrima não me deixaram continuar dirigindo, liguei para Analú.
- Alô!
- Você sabia?- disse eu sem mais espera- Sabia?
- Do que você tá falando Danny?
- Dela você sabia quem era?
- Ah ela foi falar com você..
- Responde droga, sabia?- já gritando
- Eu, eu- gaguejou ela.
- Já respondeu o que eu precisava saber!
Desliguei. Ela sabia, sempre gaguejava quando me escondia algo. Será que ela fora pega de surpresa assim como eu? Mesmo assim deveria ter me contado, afinal ela sabia.
Não sei o que pensar, estou em frangalhos tudo o que preciso agora é não pensar, tinha uma reunião as três horas e precisava estar lá foi só nisso que me esforcei para me concentar. A vida estava me dando outro soco...

Blogado por Coisas De Mulher às 19:25

06 novembro 2005
.:.O monólogo.:.

Voltei já no sábado à tarde de Saõ Paulo, a casa foi vendida a grana que entrou é boa, ainda não decidi o que vou fazer com ela, acredito que primeiramente comprar uma nova casa aqui em Campinas mesmo, estou pensando em comprar um carro popular com a outra parte, mas nada decidido ainda.
O bom de ter ido para lá na sexta é que tive tempo para pensar e pensar muito, percebi o quanto eu sou mal educada, ansiosa e precipitada, digo isso não só em minha vida amorosa, na profissional e familiar também, tanto que em vez de esperar minha mãe convencer meu pai me deixar estudar em São Paulo não , fui e fugi de casa. Percebi que preciso refletir antes de agir e ouvir antes de falar, mas isso com o tempo eu consigo.

Cheguei e fui para o hotel. Nossa! Eu até havia esquecido que estava em um hotel e ia em direção da casa da mãe dele, lembrei e mudei o caminho. O rapaz da recepção me entregou um envelope, subi, tomei um banho e só então abri o envelope, era um bilhete do próprio me pedindo para ligar pra ele assim que chegasse, foi o que fiz.
- Cyber Café Chantilly Luana boa noite!
- Boa noite Luana! Sou eu Danny, você pode por favor me tranferir para o ramal do Guilherme?
- Claro! Só um minuto...
- Alô!
- Oi! Você me pediu para eu te ligar...
- Danny! Isso mesmo eu queria falar com você, pode ser hoje ou você prefere outro dia?
Pensei por alguns segundos, mas achei que seria melhor resolver tudo isso logo
- Tudo bem. Onde?
- Pode ser aqui mesmo.
- Não, qualquer lugar menos aí...
- Ok eu passo aí pra te pegar daqui a meia hora.
- Estou esperando.

Ele chegou, cheiroso e elegante como sempre, educado, abriu a porta para que eu entrasse e deu um sorriso gentil. Eu estava pensando o que estaria por vir, antes de sair havia prometido a mim mesma tentar ouvir com atenção cada palavra que ele proferisse, tentar agir normalmente, mas isso seria difícil.
Chegamos em um Pub tranquilo e aconchegante, com música ao vivo, uma mulher cantava Jazz acompanhada por um saxofonista, uma luminosidade média dava um ar de sossego ao lugar, mesas bem arrumadas com arranjos florais de muitas cores, alguns discos pendurados na parede e algumas caricaturas de grandes músicos do estilo. Ele escolheu uma mesa próximo à janela do lado esquerdo, algumas pessoas conversavam de maneira discreta, um casal em outra mesa se beijava e o som de aplausos no fim de cada música.

Ele começou a falar e eu a ouvir. Me contou sobre a ex, sobre um passado que eu não conhecia e que ele não contou quando estávamos juntos, como se conheceram, como ele a amava e viviam um amor maravilhoso durante dois anos.
Eu me sentia estranha ali ouvindo tudo aquilo como se fosse apenas um alguém distante que chegou para deixá-lo desatar um nó enorme que estava em sua garganta há muito tempo, com o Jazz tocando me sentia em uma trilha sonora de um filme.
Me falou muitas coisas e eu estava calada, parecia mais um monólogo. Me falou como de uma hora para outra, ele perdeu o chão quando ela disse que ia embora, sem dar nenhum motivo se não o de que precisava respirar e assim como entrou em sua vida saiu, de repente, sem porque.
Falou que ela voltou dois dias depois que fui para Minas, que explicou os motivos, que nada contou antes por achar que ele não ia entender, por ter tido medo de perde-lo. Mostrou para ele documentos desse um ano em que ficou internada fazendo um tratamento de uma doença quase crônica, algum tipo de esquisofrenia, mas que agora ela estava curada. Me falou tudo isso olhando nos meus olhos, como sempre faz, me pediu desculpas, disse que sentia muito, que gostava muito de mim, mas que o que ele sentia por ela era muito maior e que só voltaria pra ela depois de resolver tudo comigo e foi duro ouvir isso dele.
Ele foi sincero, eu é que havia julgado mal, eu o amava e sabia que era o fim sim, mas não cabia mais sofrer, eu sorri um sorriso meio amargo, ele me olhou depois de uma pausa e disse:
- Você não vai dizer nada?
A cantora começou a cantar
April in Paris de Billie Holliday
, então levantei-me olhei pra ele e disse:
- Vamos dançar?
Ele sorriu e saímos para a pista, beijeio-o com paixão, sabendo ser um dos últimos beijos que daria nele e num ato meio inpensado eu sussurrei no ouvido dele num misto de agonia e satisfação.
- Faz amor comigo só mais esta noite?
- Eu conheço um lugar ótimo...
A música parou e saímos em meio aos aplausos, aplausos esses que eu fingi fosse para o fim do nosso curto amor...

Blogado por Coisas De Mulher às 16:58

03 novembro 2005
.:Uma ex.:.

Como eu havia dito, dormi em um hotel barato e não voltei para casa da mãe do Gui, não fui trabalhar e nem saí do hotel. Não conseguia pensar direito, e a primeira coisa que veio em minha mente é que Analú e a mãe do Gui deveriam estar preocupadas, isso se o próprio Guilherme já não tivesse dado notícia a elas.

Eu precisava fazer algo, já que um dia inteiro fiquei trancada no hotel, resolvi trabalhar no seguinte. Analú estava abrindo o Café quando cheguei, ela não disse nada, só perguntou se eu estava bem e que a mãe dele estava preocupada, não disse nada, liguei pra ela e disse que mais tarde passava lá para pegar minhas coisas, ela não entendeu porque, então percebi que nem ela nem Analú sabiam do ocorrido.

Guilherme não apareceu e pelo que Analú disse ele tinha ido para São Paulo tentar fazer uma parceria com uma empresa e voltaria tarde. Eu estava avoada, minha melhor amiga sabia disso fechou a porta da sala e disse:
- E então, quer conversar ou não? Vai fazer o que fez com Guilherme, sair andando?
- Ah então ele te contou é?
- Contou, e acredito que você deveria ter ouvido ele, mas você sempre precipitada.
- Analú por favor! Seu primo me traiu ele falou, você me conhece...
- Ele te traiu? Falou isso mesmo?
- Quer dizer, não falou, mas falou de uma ex- namorada e que não era sério entre nós...
- Danny, presta atenção. Ele reencontrou uma ex sim - ao perceber que eu ia começar a falar ela fez sinal de silêncio.- Você precisa aprender a ouvir Danny!
- Como eu ia dizendo, a ex dele apareceu por aqui sim, veio conhecer o lugar e os dois sairam sim, mas não rolou nada isso eu sei, meu primo não consegue mentir pra mim. Ele ficou balançado com a presença dela, ela foi uma pessoa especial pra ele.
Ficaram juntos dois anos sabia? Um dia ela foi embora sem mais explicações, disse que estava precisando respirar e partiu. Guilherme sofreu, amava muito ela. Agora um ano depois, volta do mesmo jeito partiu, de repente, ele me contou tudo, estava entusiasmado, cheio de planos e com os olhos brilhando como sempre fica, eu lembrei-o sobre você e ele disse que não ia fazer nada antes de conversar com você, que estava ficando e que esperava que você o entendesse...

Nessa hora eu comecei a chorar de novo, ela me abraçou e disse que brigou com ele, mas que a escolha era dele e pelo visto ele escolheu ela, mas isso não significa que eu não posso lutar por ele, ele ainda vai me procurar para conversarmos, disse isso a ela, além do que a mãe dele não aprovará a decisão dele e com certeza irá interferir a meu favor.
Eu balancei a cabeça negativamente, conversei sobre talvez não trabalhar mais lá, acedito que não conseguiria ficar encontrando ele todos os dias. Ela disse para eu pensar melhor com mais calma e que eu tinha tempo para isso, se precisasse era só falar. Agradeci e depois de todo o dia de trabalho eu estava mais tranquila, fechamos o Cyber às onze e fomos embora, eu havia passado na casa da mãe do Guilherme e pego minhas coisas ela se entristeceu, mas não falei os motivos, não seria através de mim que ela iria saber. Ele voltará amanhã de São Paulo e eu irei para lá, assinar a papelada da venda da casa, acho que só nos veremos no fim de semana para termos a tal conversa, enquanto isso fica como está.

Blogado por Coisas De Mulher às 19:04

01 novembro 2005
.:Histérica eu?:.

Depois de me sentir totalmente culpada por ter exagerado no caso de beijo e tentando reparar as coisas com jeitinho, eu e Guilherme fomos ao cinema e de lá passeamos por umas lojas do shopping de olho em algumas promoções. Estávamos bem até que em determinado momento ele me deixou numa vitrine da loja e foi ao toalhete, eu olhava um vestido lindo, conversava com a vendedora sobre os tamanhos cores e coisas do tipo.

Guilherme estava demorando a voltar e eu resolvi ir até a outra loja no fim do corredor depois voltava para encontrá-lo, vi algumas blusinhas, jaquetas de couro, tudo muito bom, quando retornava para a loja onde deveria esperar por Guilherme encontro-o parado no corredor e uma mulher aproximou-se, deu um abraço nele e nesse abraço encheu a mão apalpando o bumbum dele, ele sorriu cumprimento-a, depois dos beijinhos costumeiros ficou ali conversando com a mulher, meus pés automaticamente aceleraram. Cheguei por trás e abracei-o pela cintura.

- Você demorou! - Falei com cara de poucos amigos a perua percebeu. Ele sem jeito me apresentou ela.
- Essa é Jéssica uma velha amiga.
Cumprimetei a de forma seca, ela depois de breves palavras saiu andando. Guilherme me olhou meio estranho e disse:
- Vamos nos sentar ali, precisamos conversar.
Fomos até uma mesa quase no final da praça de alimentação de frente a sorveteria e ele recomeçou.
- Não precisava ser tão fria com ela!
- Ela não precisava ser tão quente com você!
- Quente como assim?
- Eu vi Guilherme ela apertando sua bunda, ou vai dizer que é mentira?
- Ah Danny que isso, nada a ver!
- Claro nunca tem a ver, sempre assim, eu é que estou exagerando, você nem sequer me apresentou como namorada... Eu ainda não me esqueci do tal beijo.
- Nossa meu você vai começar de novo? A estória do beijo, nada a ver e se tivesse também qual o problema?
- Como assim qual o problema? Estamos namorando, só isso.

Ele me olhou de novo com uma cara de quem nada entendeu, eu é que acabei não entendendo.
- Estamos namorando? Eu não sabia disso. Aliás, desde que voltou eu venho querendo falar com você sobre isso.
Eu quis morrer quando ele disse isso, como assim não está sabendo?
- A gente tá ficando a três meses, mas nunca falamos de namoro, saímos e tudo o mais, mas não vejo motivos pra você ficar histérica, por causa de algumas coisas bobas. Danny a gente se da bem pra caramba, você é interessante e tudo, mas nesse um mês que você ficou em Minas eu reencontrei um ex-namorada, ela veio falar comigo, como as coisas entre nós não estavam tão sérias eu...
- O que você está falando? Esses três meses foram só diversão é isso?
- Não é bem assim, nós vemos as coisas de maneira diferentes eu não pensei que fosse sério pra você . Eu...

Antes que ele terminasse a frase, me levantei e saí, ele ficou me chamando, não olhei pra trás, mas sei que ele não se levantou, ficou lá sentado. Eu não precisava ouvi-lo dizer, sabia que era o fim, sei quando estou sendo descartada...
Meu fim de semana foi assim, não voltei pra casa da mãe dele, dormi em um hotel barato, não fui trabalhar, não sei se volto a trabalhar. Vou passar a semana nesse hotel, vou para São Paulo quinta, a casa saiu e preciso assinar os papéis. A vida é estranha, perdi o emprego, vim para Campinas, acabei de vender a casa e tudo isso em três meses, agora estou sem casa, sem emprego, sem namorado.
Não era sério, só poderia ser piada. Acho que não era, ele não me preocurou desde ontem depois que saí andando, tudo bem foi recente, mas se não fosse sério o que ele disse ele teria me procurado. Não sei o que vai ser de mim, preciso começar a pensar, mas nem isso eu tô conseguindo...

Blogado por Coisas De Mulher às 00:05